Olho minha sobrinha Manú, aos 7 anos e enxergo nela traços tão parecidos com os meus, principalmente a falta de habilidades. Não sabe dançar direito, corre engraçado, tomba e quebra coisas, desistiu do balé na primeira semana... Manu é boa em virar a página das revistas e livros infantis. Mas ela também é competitiva (do jeito amoroso dela).
- Nunca, absolutamente nunca, ela fica devendo um beijo.
- Nunca, absolutamente nunca, ela fica devendo um beijo.
Regra de Manú é a seguinte: o último beijo é sempre ela que dá. Dia desses quase derruba a freira do colégio em que estuda, que lhe deu um beijo e não esperou que ela devolvesse. Manú agarrou no pescoço da freira e quase a coloca no chão. - Ela tinha que dar o bendito beijo.
Já Clara, 8 anos, é diferente. Não consegue digerir a derrota. É intensa e direta. O engraçado é que ela e Manú, apesar de tão diferentes, são inseparáveis. Manú sempre leal a Clara que tem um certo domínio pela mais nova.
Dia desses meu namorado não soube compreender minhas indiretas e arrasou comigo e as meninas num jogo de damas pela web. Fiquei triste com a cara das meninas murchando, decepcionadas com a derrota. Dizem que adulto tem que ensinar as crianças a saberem a perder. Pôxa vida, às vezes acho que não cresci porque não sei dar valor a esse lance de competir. Conquistar é melhor. Acho chato perder, abrir mão... eu olho pra elas e digo: - Ele foi melhor que a gente mesmo. Elas não compreendem. Eu digo que é só uma brincadeira. Manu faz que entende e logo vem me beijar...
...Já Clara diz:
- Eu vou me vingar dele.
(Aguenta neguinho!)
(Aguenta neguinho!)
Um comentário:
Minha opinião.
Os pais, tios e até amigos ensinam sobre a vida e como vive-la.
Vencer e perder em um jogo é um ensaio para a vida, uma motivação para melhorar, uma coisa para pensar.. Jogarei com ela.. ensinarei-a..
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