Desatinos...

Este é o meu terceiro lar, meu refúgio... Onde juntoletras e tento traduzir sentimentos. É um lugar de saudade, pois sempre falo com uma certa dose de nostalgia, na verdade sou um pouco antiquada com ares de pós-moderna...

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Sem querer

É sem querer que junto coisas antigas, papéis que um dia, e por algum motivo, achei que seriam utéis, pacotes de biscoito pela metade, incensos, bandaids e doces. É como um seguro-de-qualquer-coisa manter esse hábito... Como levar o copo com água para a mesinha de cabeceira todas as noites prevendo uma possível sede. Tenho sede para mil e uma noites.
Eu digo que é sem querer porque é quase institivo, eu não espero que o querer chegue para fazer essas coisas, eu simplesmente faço. Depois eu quero manter ou acabar, mas também fico indecisa muitas vezes. O fato é que junto muitas coisas e tudo vira uma bagunça.
Ultimamente, meus dedos deram de falar coisas assim... Eu digito sem pensar...Se meus dedos tivessem voz eles seriam tagarelas. Foi sem querer que perdi o gosto pela letra escrita a lápis, acho bonito, mas me perdi num caminho de teclas, nas facilidades do teclado, na comodidade do delete, do Ctrl C e Ctrl V...

Eu faço outras coisas sem querer também e acabo gostando. Isso é perigoso, há o risco da perda... Mas os pensamentos, muitas palavras e os instintos não têm controle.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Com o freio de mão puxado!

Esqueci de dizer: Eu fui reprovada no exame de direção. Saí com o freio de mão puxado.
O pior é que eu achava que ía passar... parte de minha vontade de dirigir está brecada, como aquele freio de mão e a luz vermelha no painel.

Acelerando e tropeçando

Para o jornalista o amanhã é sempre hoje. O que passou serve só de arquivo e o que está acontecendo agora logo vai envelhecer... conjugar o verbo no passado deixa o texto fraco. E é assim que vivemos, atropelando os dias e tropeçando na língua também...

Se tem uma coisa que jornalista gosta de fazer é adiantar as coisas, "vou deixar o texto pronto, porque fulano vai falar isso, isso e isso", pensam que isso é competência, experiência e 'esperteza'. Eles sabem o que fulano vai dizer porque fazem as mesmas perguntas idiotas de sempre: "qual sua avaliação sobre isso? E as metas? Quais os critérios e prioridades?"... Estou cansada disso!

Eu nunca faço idéia do que vou perguntar para um entrevistado... Claro que eu procuro saber o motivo de uma entrevista né! Geralmente as perguntas posteriores vão surgindo de algo que eles deixam escapar. Chamamos isso de 'gancho'. Assumo os riscos e às vezes dá certo. A coisa toda fica mais espontânea e dependendo do resultado, surge até uma relação de fidelidade com a fonte.

Eu tenho um orgulho nesses cinco anos de redação: nunca fui processada! Também não abaixo a cabeça para entrevistados idiotas que só porque têm mai$ algum no bolso, agem como se os repórteres fossem seus empregados... Como diria Quintana, Ora Bolas!!!

Eu acho que estou cansando do jornalismo. Será que o verbo vai virar presente?

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Construir Aventuras

Foto:Marialu
O mundo canta, grita, berra... Escuto o compasso do relógio, a água escorrendo da torneira, a percurssão da chuva no telhado de zinco, sempre chove mais forte embaixo das árvores né?!

Sempre escuto os sinos do picolezeiro, tenho ouvido condicionado desde a infância, quando esperava esse barulho para trocar picolé por vasilhames de garrafas. Depois da música vem o silêncio. Como diria Arnaldo Antunes: "Antes de existir a voz existia o silêncio/ o silêncio foi a primeira coisa que existiu/ um silêncio que ninguém ouviu".

Hoje eu me vejo rodeada de sons, escolhendo uma trilha sonora para uma história sem roteiro definido, algo que parece um ímã, uma brincadeira que eu não sei onde vai dar. Nessa brincadeira eu fico tentando lembrar das músicas que marcaram minha vida, daí eu percebi que muitos momentos não tiveram trilha sonora, foram feitos de silêncio, de barulho de corpos, troca de emoções, de sussurros, carinho e gozo...

Mas eu escuto e me arrisco nessa brincadeira sonora. Quando eu fazia aula de teatro teve um exercício que eu curti muito, nele meus olhos eram vendados e uma pessoa me guiava numa área ampla, eu tinha que confiar nessa pessoa que eu mal conhecia... em determinado momento eu estava correndo e foi incrível.

É quase assim que eu me sinto. Pronta para construir aventuras.


O exame é AMANHÃ!!!!

sábado, 2 de agosto de 2008

Cones saiam do meu caminho


Minhas aventuras ao volante estão apenas começando. Daqui a uma semana farei o exame de direção e tive apenas quatro aulas práticas. O fato de ter que aprender a dirigir em oito dias me dava uma sensação de pânico total, mas me surpreendi gostando desse troço... Nunca pensei que seria fácil no começo.

Meu instrutor me desafia e diz que estou ótima para quem não sabe dirigir porra nenhuma, mas ele diz isso com classe porque ele é um senhor muito educado (tive sorte com Assis). Disse-me que mulher tem que dirigir com classe e me ensinou a fazer uma curva com charme, ADOREI.

No segundo dia eu só atropelei um cone, no terceiro dia eu já engatei a ré sem dificuldade e subi ladeira. Lá vou eu sem estancar... No quarto dia eu já estava fazendo baliza de ré e entrando em ruas e avenidas fazendo de conta que eu estava com uma ferrari, andando devagarzinho, sem pressa alguma.

Nesses primeiros dias eu aprendi a dar mais valor a coisas que antes eu não percebia. Por exemplo: A embreagem é que a poderosa no carrro, o verdadeiro 'anel do Frodo', antes eu pensava que o acelerador era que tinha a potência... Que nada, é a embreagem que manda mesmo! My preciouss...

Após as quatro aulas me atrevi a dirigir o carro de painho, num trajeto da minha casa ao centro da cidade. Mas eis que a embreagem do carro dele (bem mais curta do que a do Fiesta da auto-escola) e a direção hidráulica me fizeram cometer cada barbeiragem... Meu instrutor Assis certamente balançaria a cabeça em desapontamento, se visse as vezes que estanquei nos semáforos da vida... Ai, ai...

Tenho tanto a aprender.