Desatinos...

Este é o meu terceiro lar, meu refúgio... Onde juntoletras e tento traduzir sentimentos. É um lugar de saudade, pois sempre falo com uma certa dose de nostalgia, na verdade sou um pouco antiquada com ares de pós-moderna...

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Luzes riscadas



No vidro embaçado do carro as luzes de fora se tornavam grandes riscos que atrapalhavam a visão... Branco, amarelo e algumas cores de decoração natalina roubavam a atenção. Era noite. Tentei limpar o para-brisa, mas não tava funcionando... Tudo embaçado, medo de atropelar alguém, bater em alguém, causar dor em alguém... Medo e silêncio.

A dor pode aparecer de repente, não precisa ser física, não necessariamente. Essas luzes riscadas reapareceram no meio de uma discussão, no meio da sala, saiam da TV, embaçando minha visão. 
O gosto salgado de uma lágrima me fez procurar entender porque a tristeza é salgada. [São tantas fugas a me tirar o foco, sempre foi assim]. Mas eu não estava desfocada, naquele momento era só esquecida e invisível. Não vi vantagens em ser invisível.

A dor pode vir acompanhada de sua ausência, você percebe que ficou de fora de uma história que você julgava ser um dos personagens principais. Você aprende que só é protagonista da própria vida

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Esquecida

Se esforçar para completar uma tarefa, reler o mesmo parágrafo uma, duas, três vezes... começar de novo e na metade não saber o que dizer.
 Demorar, perder o foco, perder o sono, não conseguir atender uma ligação...
Não sair daquela cadeira... a mente perdia-se, vagava no escuro.
Angústia, sorriso disfarçado, gosto amargo na boca, lágrima presa...
Uma tristeza seca nos olhos que reprimiam a dor.
Decepção.
Sentir-se desperdiçada.
Insultada
Mal amada
Simplesmente esquecida

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Para ele

Tua escova de dentes está ao lado da minha e toda manhã me faz lembrar que ela não é tocada... Dia desses deixei a tampa do creme dental aberta e ficou daquele jeito que você odeia... Não coloco mais a chave do carro no lugar de sempre e tenho me atrasado na hora de sair porque não a encontro. Sem você por perto eu não tenho ordem. Uso várias toalhas ao mesmo tempo, entupo o ralo com meu cabelo, perco a hora, perco o sono, não consigo vaga para estacionar... Agora estou no seu lado da cama e dei pra dormir na transversal, tento ocupar todo o espaço... mas você sabe que sou pequena e a cama continua grande. Depois de escrever isso-pouco que parece tanto (para mim), vejo que desandei, não abri sequer um parágrafo e não comecei a dizer o que realmente eu planejei no início. Mesmo assim não apago.

Eu poderia ligar (ainda o farei), mas me apavora o medo de perder o assunto e não gosto da sensação que vem logo assim que você desliga - é quando acho que não ouvi o que queria ou não disse o que era pra ter dito. Enfim, ando cismada com telefone. Acho superficial.

Eu só queria lhe dar os parabéns pelo seu aniversário. Queria poder lhe abraçar, beijar, dançar let it be (imaginário) e por um dia não iria  implicar com o jeito que você pilota, nem com o exagero com a cerveja, nem com outras coisas que eu implico sempre... Eu queria lhe abraçar de novo e sentir por alguns segundos que o amor basta, num extremo e puro ato de fé, que ele (o amor) basta, só isso... Você definitivamente não é o mesmo homem que me fez começar a escrever há quase 10 anos, você é bem mais do que eu imaginava, em todos os sentidos. E é por isso e por tantas outras coisas que eu te amo.

Parabéns!  Parabéns por ser do jeito que você é: amoroso com a família, leal com os amigos, obstinado com os projetos, brincalhão, destemido, protetor e verdadeiro.

Parabéns e não esqueça de querer voltar.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Voltando

Procurei os sinais pela casa. Algum bilhete, um recado, fotografia...
Algo que acalentasse a ausência, o rompimento da rotina dando a vez à saudade.
Tinha juntado apenas o lixo na porta de casa.

Um amor feito de ausência pode perder-se na constância?

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

"cabôsse"

Acho que é o fim. Não sei porque demorei tanto tempo para perceber que já não faz mais sentido escrever aqui. Mudei as cores, quis trazer mais alegria, mas nada disso adianta se não houver vida e essa vida só existe com as palavras.
Antes elas saíam facilmente, como se os meus dedos fossem tagarelas ao teclado, num ritmo que bailava e dizia coisas, imaginava situações, refletia e sonhava. Eu sempre escrevi o mundo da forma que eu via e sentia, isso não quer dizer que ele era totalmente real. Muitas vezes eu imaginava diálogos de desconhecidos que chamavam minha atenção na rua, a discussão calada de casais que já não conversam em mesas de bares, o romance que surge nos sinais vermelhos da vida, bem ao alcance dos meus olhos no espelho retrovisor.
Quantas vezes minhas palavras vinham molhadas de chuva, lágrimas e suor? Eu escrevia sobre fotografias de Marialu, conheci uma amiga símile (Carol), encontrei um irmão de alma (Tuto)...
Eu fui muito feliz aqui.
Confirmando a profecia Maia tudo acaba em 2012.
pontofinal

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Sala de espera

Estou sem acentos, sem teclado...
Ando por corredores de hospital, sinto cheiro de desinfetante e éter.
Duas noites sem dormir direito...
Voce nota que virou adulta quando passa a cuidar de seus pais.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Escrever na alegria

Que olhos passarão primeiro por essas letras que nem sabem ao certo o que dizer? (acho que serão os teus).
 Escrevi primeiro o título, tentando encontrar um caminho para as palavras, querendo que elas tomassem o rumo da alegria... Tenho uma certa dificuldade em escrever na alegria.
Até bem pouco tempo eu estava triste, cheguei a escrever um parágrafo que não tinha mais sentido estar aqui depois que fui interrompida por um telefonema...
É assim que as coisas mudam, sentimentos que se transformam ao ouvir uma voz, um sorriso...(de quem imensamente importa). Há três meses minha vida deu uma guinada incrível, são dias felizes em poucos metros quadrados, em pouco espaço onde nossos sonhos se realizam e nossos planos são contados na ponta do lápis. Ninguém fala sobre essas coisas de casamento, em geral as pessoas destacam as coisas chatas, conflitos de convivência e tal...
Para mim o casamento tem sido sinônimo de compartilhar. Um exercício diário de conjugar o verbo na primeira pessoa do plural (às vezes eu escorrego...). Casamento não é se anular por causa de outra pessoa, o nome disso é estupidez.
Case com quem você goste de conversar, alguém que você admire e que consegue arrepiar sua pele com um simples toque.
Meu marido está longe de mim há 10 dias, estou com tantas saudades, tinha esquecido como a vida era chata sem ele ao meu lado.