Desatinos...

Este é o meu terceiro lar, meu refúgio... Onde juntoletras e tento traduzir sentimentos. É um lugar de saudade, pois sempre falo com uma certa dose de nostalgia, na verdade sou um pouco antiquada com ares de pós-moderna...

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O primeiro trovão

Logo depois que soube que a mulher misteriosa tinha deixado esse mundo, escutei o primeiro trovão desse ano. Alto, como quem dá um carão na terra, foi assim que ele soou pelos ares. Eu estava falando com meu amor ao mesmo tempo e tive vontade de abraçá-lo. Ela, a mulher misteriosa, partiu livrando-se de muita dor. O corpo definhara e apodrecia. O homem a quem amara e dedicara sua vida, não estava a seu lado. Achei triste, mas não quis julgá-lo. A fuga é o caminho que as pessoas buscam quando a esperança acaba.

De repente soou outro trovão ainda mais forte. Voltei à minha infância, à lembrança de minha mãe desligando os aparelhos eletrônicos e cobrindo espelhos da casa com medo dos relâmpagos... e haja rezar para Santa Bárbara. Depois nos aninhava, a mim e a meus irmãos, e nos dava mingau de neston e farinha láctea. Assim, eu tomava mingau poucas vezes no ano, só mesmo em dia de chuva com trovão.

Voltei à realidade ouvindo os pingos da chuva, atraída pelo cheiro de terra molhada, o bafo quente dessa minha terra tão carente de águas do céu. Ficou um mormaço, uma coisa quente e molhada. Como diria meu avô: "Essa chuva é só para lavar as telhas".


Ps.post escrito ao som de Mrs. Robinson (com cake) e Knocking on heavens door (Bob Dylan)

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Eu voltei, mas esqueci algo por lá...

De todos os retornos e despedidas, essa última volta à realidade e ao meu “mundinho” não será possível, pelo menos não completamente... Uma parte de mim ficou com ele e não falo apenas do amor romântico e essa idéia de necessitar um do outro para encontrar o riso bobo, a felicidade num beijo e no aperto de mão...

Sim, isso tudo conta muito.

Mas o que também ficou lá por São Paulo foi minha vontade de conquistar coisas novas. Uma vida nova que naturalmente terá mais alegria e prazer ao lado dele.

Eu o amo, amo muiiito e é humanamente. Sim, humanamente porque essa história de incondicionalmente é pura balela. De forma humana você enxerga e assume os erros, os defeitos e aprende a contorná-los com uma boa conversa, algumas lágrimas, explosões de raiva, palavras (mal)ditas e por fim uma reconciliação que pode ser intensa de paixão ou calma com afagos na nuca e um ombro protetor.

Sinto que passamos da fase de idealizações e de esconder um do outro o que não gostamos. Sim, me sinto pronta pra dividir e somar com ele uma nova vida. Sei que vou precisar ficar sozinha de vez em quando, porque em alguns momentos eu me basto...

Preciso dizer que prefiro a companhia da minha amiga Rita quando vou fazer compras do que a dele, pois seu desconforto me incomoda. Além disso, ela sempre me leva às lojas com descontos legais...

Preciso que ele entenda que sou antiquada para algumas coisas e não suporto a voz do GPS ditando caminhos...

Preciso que ele compreenda que dificilmente vou praticar algum esporte radical, pois não gosto de sofrer e desafiar a gravidade. Além disso, sou medrosa e tenho pensamentos trágicos...

Preciso também que ele aceite ou saia de perto quando eu estiver insuportável devido aos hormônios.

Preciso que ele evite me colocar em situações em que esses hormônios e uma dose de irritação me dominam, principalmente se eu estiver em algum local gripada, com pessoas fumando e som péssimo. Se nesse mesmo local o banheiro for fedido, a situação só tende a piorar...

Mas eu preciso muito mais dele perto de mim. Dos sorrisos bobos, do abraço matinal que me despertava a preguiça, de ficar acordada de madrugada assistindo seriados e comendo pipoca... de fazer guerras de cócegas, dos inúmeros beijos e sussurros.

Eiiii o lugar da sua mão é segurando a minha...
Preciso do seu abraço e do seu amor.

Saudades