Desatinos...

Este é o meu terceiro lar, meu refúgio... Onde juntoletras e tento traduzir sentimentos. É um lugar de saudade, pois sempre falo com uma certa dose de nostalgia, na verdade sou um pouco antiquada com ares de pós-moderna...

domingo, 28 de dezembro de 2008

Solidão

A maior solidão de todas é não ter para onde ir quando a vontade de correr aperta. Uma vontade de fuga infeliz que é estrangulada pela tristeza e abandono. Hoje senti dependência e submissão quando tentava acalmar meu descontrole interno... Minha fôrma não é essa, não dá para me moldar a todas as situações. Justo, foi você que me anulou como fresca. Eu calei todas as outras palavras.

Desci num esgoto de outro mundo e me senti assim, uma pessoa fora de seu habitat, uma estranha que enxerga o mundo torto, barulhento, feio e com fumaça...Hoje fumei mil cigarros sem dar um trago sequer, nicotina que parou na garganta e não me deixa dormir...Isso não me deixa de bom humor, tenho dor nos olhos, a cabeça pesa uma tonelada de coriza, febre fraca que gera atrito entre o corpo e a roupa. A pior coisa que fiz neste final de ano, foi sair desse jeito e para aquele lugar.

Juntei as mãos e lavei o rosto com a água daquele banheiro fedido. Ao me olhar no espelho senti vontade de chorar.

Solidão é não ter para onde ir... é calar o choro... é ter o corpo frio sem abraço...é construir muros na falta de palavras.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Palavras que abraçam

Quisera eu que minhas palavras tivessem o poder de transmitir o conforto de um abraço. Falo desses abraços sinceros, cheios de calor, carinho e afeto... Abraço com sabor de café da manhã e cheiro de amaciante de lavanda... Abraço de não querer largar, igual aos que presenciamos em rodoviárias e aeroportos – Os melhores são sempre os de chegada...

Abraço com ternura que dispensa adjetivos e chama o silêncio pra perto, esse silêncio que cala o que não conseguimos dizer... Está em cada suspiro, nas entrelinhas, escondido no piscar dos olhos, hunruns e afins... Na mão que aperta contra o peito, no olhar de cabeça baixa, no estalar de dedos ansiosos...

Todos os meus passos e dedos nervosos sobre o teclado vão em direção a essas palavras meio mudas de contemplação e ao mesmo tempo estridentes em momentos de fúria... Eu queria abraçar em especial um amigo que perdeu o amor para a estupidez da falta de esperança, dúvida e fraqueza... É inaceitavelmente incrível como as pessoas não suportam a dor e se machucam irreversivelmente... Fica a imagem do sorriso e a dor lancinante da “vida que podia ter sido e não foi”, parafraseando o Bandeira...

Nesse último mês do ano tive a sorte de resgatar meu abraço mais precioso... Preencho todo o espaço que ele me oferece em seus braços, repouso minha cabeça em seu ombro e não temo mais nada... Não preciso de mais nada, pois nesse abraço, nesse olhar de profundo amor e nesse jeito de desenho animado, colho sorrisos, me aninho e me alimento de esperança de uma vida cada vez melhor...

Sintam-se abraçados.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Sobre a amizade

Tratado de amizade deveria ser escrito todos os dias, ter a cumplicidade certa para não beirar ao exagero, ter palavras de conforto e gritos de alegria para os momentos de explosão. Esses momentos em que as lágrimas escorrem e mesmo que a pessoa não tenha nada a dizer, sua presença e apoio funcionam como escudos.

O tratado de amizade pode ser calado quando as palavras forem desnecessárias. Deve ser seguido sem que haja imposição ou culpa. De todos os amores, a amizade é a que mais me completa, esse amor que é todo-alma e carinho, esse amor que não exige nada e pode dizer verdades , mesmo que elas doam. No amor de amantes, as verdades podem ser inconvenientes e se tornam uma arma contra quem a esconde. Com amigos a verdade é mais maleável.

Eu dou minha verdade, minha profunda verdade aos poucos amigos. Os mais caros podem até estar longe, mas seguem comigo... De todos os meus amigos, minha irmã é a mais presente. Não é só minha irmã, é a amiga que está sempre ali, pronta a me abraçar e me apoiar. Ela é diferente, não entende muita coisa que sinto, não sabe muitas coisas que faço, mas ela respeita esse meu espaço.

Com meus amigos de vida, os que eu escolhi ao longo do tempo, duas são meu equilíbrio. Com elas sou mais forte e segura. Gosto da fúria de Kate, sua cólera de querer enfrentar o mundo e bater em quem ousar machucar as pessoas queridas, as mais caras pra ela... Como tenho sorte de estar guardada nesse círculo da super-kate, me sinto protegida com suas palavras. Gosto da serenidade de Dani, do conselho sempre certo, atento e compreensivo. Da cumplicidade que não encontra barreira no tempo, nem na distância.

A todos os meus amigos, os que não citei, sintam-se abraçados!

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Grogue

São quase 11h da noite... ainda estou no jornal, nesse momento sozinha escutando o som das máquinas... sim, escuto o ruído dos computadores como se fosse uma onda de energia, eles fazem uma espécie de coral de õõõmmm...

Na verdade eu acho que estou meio grogue...

Eu estava com uma dor de cabeça de lascar e não recusei os dois comprimidos que um dos diretores me ofereceu como se fosse mentos ou jujuba, eu aceitei como uma viciada e nem perguntei o nome... 'não podia ser um', ele disse que tinha que tomar dois... pois é, ele é acostumado com essas coisas fortes, já se salvou de um câncer....

Eu estou tonta com esse remédio, eu estou passada...

Eu quero chorar...

Na verdade eu queria que houvesse uma cola que se pudesse inalar para juntar os cacos de um coração partido... eu daria toda pra ele, o colocaria em meu colo e alisaria sua nuca durante o processo... (por que estou pensando em drogas???)

Eu queria minha amiga Dani perto de mim, o abraço de Diógenes e a alegria de Kate...

Eu quero meu amor de volta!

ÕÕMM: Estou chapada com um remédio que não sei o nome... eu queria sair dessa lombra...

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Sobre a dor

Me ligou de madrugada com a voz carregada de raiva e dor.
Feriu-me com esse amor que sangrava, que se transformava em desapontamento...que quebrou nele e espatifou em mim.
Estou cheia de cortes, retalhada...
Eram mil lanças de perguntas e palavras entrando em meu corpo, me faltou o ar, o choro fez-se pranto...

E agora??

Como vou viver assim?

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Pequenas

Sonhadora-
A tia da escola perguntou que pessoas ela levaria no balão. A pequena Manú me incluiu em seu balão e me levou junto para uma viagem entre as nuvens, “era um balão colorido, tia! Eu sonhei com ele”, disse-me sorrindo, enquanto me beijava e babava a bochecha. Ela tem um jeito anasalado de falar, faz bico, é distribuidora de beijos e carinho.

Consumista -
Semana passada foi o aniversário de Bia e eu a levei para escolher a melissa de seus sonhos, ficou indecisa, provou vários pares e escolheu o modelo prateado sem querer saber o preço. Sorte que pude pagar, sorte dela... azar da minha conta, a danada escolheu um dos pares mais caros.

Sorridente -
Ela não liga para a falta de dentes da frente, guarda sorrisos na palma da mão sempre que faz alguma 'arte', escancara o sorriso banguelo e arregala seus olhos azuis quando é pega no flagra. Impossível resistir aos encantos de Clara.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Eu precisava trazer o Camelo pra cá!!

No ouvido e perto do coração:

Conversa De Botas Batidas

- Veja você onde é que o barco foi desaguar
- a gente só queria o amor...
- Deus parece às vezes se esquecer
- ai, não fala isso, por favor
Esse é só o começo do fim da nossa vida
Deixa chegar o sonho, prepara uma avenida que a gente vai passar
- Veja você, onde é que tudo foi desabar
A gente corre pra se esconder...
- E se amar, se amar até o fim
- sem saber que o fim já vai chegar

Deixa o moço bater que eu cansei da nossa fuga
Já não vejo motivos pra um amor de tantas rugas
não ter o seu lugar
...
Abre a janela agora, deixa que o sol te veja

É só lembrar que o amor é tão maior que estamos sós no céu
Abre as cortinas pra mim que eu não me escondo de ninguém
O amor já desvendou nosso lugare agora está de bem
...
Deixa o moço bater que eu cansei da nossa fuga
Já não vejo motivos pra um amor de tantas rugasnão ter o seu lugar
...
Diz, quem é maior que o amor?
Me abraça forte agora, que é chegada a nossa hora
Vem, vamos além.
Vão dizerque a vida é passageira
Sem notar que a nossa estrelavai cair

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Coluna do avesso social

8Fique longe de pessoas que trocam beijos de mentirinha, aqueles de gente fresca que não encostam o rosto. Nunca entendi essa forma tosca de cumprimento... Não me 'beijem' assim por favor!

8 Esqueça a futilidade, ao menos duas vezes por semana. Vista o que sentir vontade, use sapatos confortáveis e dê uma folga aos saltos altos. As pernas que ficam livres de vasinhos agradecem!

8 Troço chato é etiqueta em roupa, principalmente se for transparência. Bom mesmo é cortar a maldita etiqueta, pois aquele tecido coça e teima em ficar visível, quer aparecer a todo custo...'rapa fora'!

8Escutem seus sons sozinhos. Detesto quando o semáforo avermelha e sou obrigada a ouvir o péssimo som alheio, geralmente é o 'forró plágio' ou algo que tenha peças íntimas no nome, ou ainda trocadilhos medonhos. Que horror! O conselho vale para o ambiente de trabalho, um headfone pode ser um bom presente de natal para aquele colega 'mala'. (nossos ouvidos, que não são penicos vão adorar)

8 Ainda sobre o péssimo som dos outros, tem coisa mais estúpida que gastar 'nãoseiquantos' reais para turbinar seu carro com caixas superpotentes e limitar, com isso, o espaço para malas? Escute seu som sozinho mané e deixe espaço para pessoas e bagagens!

8Não sei porquê ainda destroem árvores para fazer palito de dente.. e ainda tem gente que coloca a mão pra fazer barreirinha e esconder esse hábito nojento e cafona. Melhor o fio dental no banheiro meu povo. As árvores agradecem e eu também!

Por falar em palito de dente como será que está a Gina? Será que ela morreu?

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Eu me distraio...

Você precisa saber:

Quando me 'desligo' não se trata de desdém, menosprezo a quem está do meu lado, desinteresse pela conversa ou pela companhia...Não me cobre o que não posso lhe dar, meus olhos não sossegam em um ponto fixo e minha mente não se aprisiona.

Eu me distraio com a situação ao meu redor, com os adoráveis ou detestáveis desconhecidos que fisgam minha atenção por alguns segundos...Me apaixono pela delicadeza alheia, por idéias originais, por músicas, pelos sorrisos bobos e pela beleza também...Não posso controlar essa paixão pelo mundo.

Sim, eu escuto a conversa alheia... Não me julgue por isso, será que nunca fizestes algo parecido? Eu não ligo que faças, na verdade eu não dou a mínima se você tem pensamentos ou atitudes 'reprováveis', porque na verdade não reconheço a legitimidade de quem julga.

Eu queria mesmo era construir algo que é difícilimo - falo de cumplicidade. Intimidade ao ponto de não falar nada para saber o que a pessoa pensa, não falar nada para saber que o outro precisa de espaço, que só estar a seu lado já vale à pena, mesmo que a cabeça voe e retorne ao ponto de partida que é também o de chegada.

Um dia alguém brincou com esse meu jeito de mudar repentinamente, bastaram poucas horas para ele entender minha mente-repleta-de-asas, brincou chamando-me de 'bipolar', mas disse que entendia e respeitava meus momentos de riso e em seguida meu 'silêncio-distante', apresentou-me sons, letras de músicas com metáforas...
Me assustei com a intimidade repentina e com o olhar de âncora.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Esse afeto, me afeta...

Quando perco gramas, perco também um pouco de controle sobre minhas palavras... Reajo de forma inesperada a determinadas situações, posso ser sincera demais e isso nem sempre é bom... Um amigo, muito caro, me disse: 'Você não deve se oprimir, principalmente com as pessoas por quem sente afeto'. De fato, Tuto, tens razão... É que esse afeto me afeta!

Nem sei se queria senti-lo. Seria mais fácil descartar o afeto indesejoso, ou acabar de vez essa praga com uma dose de ácido, veneno, aspirina, coca-cola, enfim qualquer coisa... Mas ele continua aqui, junto das borboletas que passeiam pela minha garganta indo até o estômago. Queria vomitá-las...

À espera de:
Contando os dias para a chegada da primavera, sei que aqui as estações não são definidas, mas para mim é chegada a época das flores.

Contando os dias para o final do mês e para a chegada de quem está longe.

Contando os dias para a entrega da minha carteira de motorista: Sim eu passei!

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Sabotagem

Meus planos antigos estão indo pelo ralo, até mesmo a transgressão que ousei pensar em fazer está calminha, em stand-by, aquietou-se sonolenta, cansada dos desencontros... Sabotei tantos outros planos.
Me dei conta disso hoje enquanto ouvia a palestra chata e enfadonha, entre um bocejo e outro, a pálpebra pesada, o sono que me invadia e o desinteresse por esse lance de auto-ajuda..até que apresentaram o vídeo de um grupo de sapateado.
De certa forma eu acordei e me dei conta da sabotagem.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Sem querer

É sem querer que junto coisas antigas, papéis que um dia, e por algum motivo, achei que seriam utéis, pacotes de biscoito pela metade, incensos, bandaids e doces. É como um seguro-de-qualquer-coisa manter esse hábito... Como levar o copo com água para a mesinha de cabeceira todas as noites prevendo uma possível sede. Tenho sede para mil e uma noites.
Eu digo que é sem querer porque é quase institivo, eu não espero que o querer chegue para fazer essas coisas, eu simplesmente faço. Depois eu quero manter ou acabar, mas também fico indecisa muitas vezes. O fato é que junto muitas coisas e tudo vira uma bagunça.
Ultimamente, meus dedos deram de falar coisas assim... Eu digito sem pensar...Se meus dedos tivessem voz eles seriam tagarelas. Foi sem querer que perdi o gosto pela letra escrita a lápis, acho bonito, mas me perdi num caminho de teclas, nas facilidades do teclado, na comodidade do delete, do Ctrl C e Ctrl V...

Eu faço outras coisas sem querer também e acabo gostando. Isso é perigoso, há o risco da perda... Mas os pensamentos, muitas palavras e os instintos não têm controle.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Com o freio de mão puxado!

Esqueci de dizer: Eu fui reprovada no exame de direção. Saí com o freio de mão puxado.
O pior é que eu achava que ía passar... parte de minha vontade de dirigir está brecada, como aquele freio de mão e a luz vermelha no painel.

Acelerando e tropeçando

Para o jornalista o amanhã é sempre hoje. O que passou serve só de arquivo e o que está acontecendo agora logo vai envelhecer... conjugar o verbo no passado deixa o texto fraco. E é assim que vivemos, atropelando os dias e tropeçando na língua também...

Se tem uma coisa que jornalista gosta de fazer é adiantar as coisas, "vou deixar o texto pronto, porque fulano vai falar isso, isso e isso", pensam que isso é competência, experiência e 'esperteza'. Eles sabem o que fulano vai dizer porque fazem as mesmas perguntas idiotas de sempre: "qual sua avaliação sobre isso? E as metas? Quais os critérios e prioridades?"... Estou cansada disso!

Eu nunca faço idéia do que vou perguntar para um entrevistado... Claro que eu procuro saber o motivo de uma entrevista né! Geralmente as perguntas posteriores vão surgindo de algo que eles deixam escapar. Chamamos isso de 'gancho'. Assumo os riscos e às vezes dá certo. A coisa toda fica mais espontânea e dependendo do resultado, surge até uma relação de fidelidade com a fonte.

Eu tenho um orgulho nesses cinco anos de redação: nunca fui processada! Também não abaixo a cabeça para entrevistados idiotas que só porque têm mai$ algum no bolso, agem como se os repórteres fossem seus empregados... Como diria Quintana, Ora Bolas!!!

Eu acho que estou cansando do jornalismo. Será que o verbo vai virar presente?

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Construir Aventuras

Foto:Marialu
O mundo canta, grita, berra... Escuto o compasso do relógio, a água escorrendo da torneira, a percurssão da chuva no telhado de zinco, sempre chove mais forte embaixo das árvores né?!

Sempre escuto os sinos do picolezeiro, tenho ouvido condicionado desde a infância, quando esperava esse barulho para trocar picolé por vasilhames de garrafas. Depois da música vem o silêncio. Como diria Arnaldo Antunes: "Antes de existir a voz existia o silêncio/ o silêncio foi a primeira coisa que existiu/ um silêncio que ninguém ouviu".

Hoje eu me vejo rodeada de sons, escolhendo uma trilha sonora para uma história sem roteiro definido, algo que parece um ímã, uma brincadeira que eu não sei onde vai dar. Nessa brincadeira eu fico tentando lembrar das músicas que marcaram minha vida, daí eu percebi que muitos momentos não tiveram trilha sonora, foram feitos de silêncio, de barulho de corpos, troca de emoções, de sussurros, carinho e gozo...

Mas eu escuto e me arrisco nessa brincadeira sonora. Quando eu fazia aula de teatro teve um exercício que eu curti muito, nele meus olhos eram vendados e uma pessoa me guiava numa área ampla, eu tinha que confiar nessa pessoa que eu mal conhecia... em determinado momento eu estava correndo e foi incrível.

É quase assim que eu me sinto. Pronta para construir aventuras.


O exame é AMANHÃ!!!!

sábado, 2 de agosto de 2008

Cones saiam do meu caminho


Minhas aventuras ao volante estão apenas começando. Daqui a uma semana farei o exame de direção e tive apenas quatro aulas práticas. O fato de ter que aprender a dirigir em oito dias me dava uma sensação de pânico total, mas me surpreendi gostando desse troço... Nunca pensei que seria fácil no começo.

Meu instrutor me desafia e diz que estou ótima para quem não sabe dirigir porra nenhuma, mas ele diz isso com classe porque ele é um senhor muito educado (tive sorte com Assis). Disse-me que mulher tem que dirigir com classe e me ensinou a fazer uma curva com charme, ADOREI.

No segundo dia eu só atropelei um cone, no terceiro dia eu já engatei a ré sem dificuldade e subi ladeira. Lá vou eu sem estancar... No quarto dia eu já estava fazendo baliza de ré e entrando em ruas e avenidas fazendo de conta que eu estava com uma ferrari, andando devagarzinho, sem pressa alguma.

Nesses primeiros dias eu aprendi a dar mais valor a coisas que antes eu não percebia. Por exemplo: A embreagem é que a poderosa no carrro, o verdadeiro 'anel do Frodo', antes eu pensava que o acelerador era que tinha a potência... Que nada, é a embreagem que manda mesmo! My preciouss...

Após as quatro aulas me atrevi a dirigir o carro de painho, num trajeto da minha casa ao centro da cidade. Mas eis que a embreagem do carro dele (bem mais curta do que a do Fiesta da auto-escola) e a direção hidráulica me fizeram cometer cada barbeiragem... Meu instrutor Assis certamente balançaria a cabeça em desapontamento, se visse as vezes que estanquei nos semáforos da vida... Ai, ai...

Tenho tanto a aprender.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Não tô cabendo em mim...
Haverá lugar para os sonhadores?
Estou escorrendo...

segunda-feira, 21 de julho de 2008

PLANOS SÃO A FRUSTRAÇÃO DE HOJE

Acho que perdi muito tempo planejando um futuro-imediato... Amanhã tudo seria diferente, amanhã essa angústia teria passado, não faria tanto calor, eu veria meus amigos, experimentaria uma nova receita, começaria a escrever um livro, voltaria a dança com véus... Quando o verbo termina no RIA, o futuro que virou passado é só frustração...

Os planos só servem para dizer que o presente não é o bastante, que hoje não posso atingir minhas metas por obstáculos de tempo, grana, esforço, vontade-verdadeira, compromisso com a rotina, etc... Eu cansei de grandes metas, de emagrecer e engordar, de perguntas sobre casamento e filhos, ler matérias recicladas sobre sexo ensinando mapa de orgasmo, como se isso precisasse de bússola...

Quando eu cansei de olhar frascos de tinta de cabelo me surpreendi com minha cor natural, eu ainda não sei dizer qual é... mas estou descobrindo que gosto. Quando eu cansei de concordar com tudo, aprendi a dizer NÃO como quem concede beijos...

Os planos de hoje: Não fazer plano algum!

segunda-feira, 7 de julho de 2008



Sinto arrepios no lado de dentro, sopra vento frio na corrente sanguínea...
bem dentro de mim.
Que será isso? Há um descompasso nos reflexos, sinto que os braços estão pendendo para baixo, muita gravidade, muita mesmo...
Acho que eu preciso parar um pouco. Descer dessa montanha russa, sentir o chão, escutar o barulho de folhas sob os meus pés...
preciso de outro lugar.
Não quero mais esse gosto de sangue na boca. O carmim descascado na minha unha, o sorriso que invento, a lágrima que não escorre, o abraço distante...

A falta. Sempre sua falta.

quinta-feira, 26 de junho de 2008


Às vezes falsa, na falta de tato...

Minhas palavras têm sido tão mentirosas, uso desnecessário de adjetivos, falar bem de pessoas que nem conheço, negar coisas que sinto.
Minha consciência disso tudo é um dente com dor lancinante... Ontem fugi do consultório do dentista e resolvi tomar remédios. Adiando uma dor maior...
Tenho que aprender que nem sempre as pessoas vão reagir da forma que eu espero, não vão sentir como eu sinto, nem compreender esse silêncio que diz mais do que esconde.
....
Meu remendo é esconder certas coisas.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

CRESCER

Um dia desses tive um papo com a pequena Manú sobre crescer. Ela dizia que não queria ficar grande, que ser pequena 'era mais legal'. Eu perguntei se ela não queria alcançar a torneira do chuveiro do banheiro sozinha e ela disse "eu quase alcanço", argumentei sobre sua conquista ao conseguir pegar água sozinha na geladeira, ela disse "mas eu não consigo pegar dadá"... (dadá é um dindin industrializado, muita gente conhece dindin por sacolé)...

Todo esse papo me fez ver que essa insatisfação com o que temos hoje nos faz buscar coisas novas todo dia. Dessa forma a insatisfação tem o seu lado bom, como tudo na vida. 'Não posso me contentar com pegar água, porque eu não alcanço o dadá'...

Crescer carrega dúvidas, desconfiança. Os hormônios entram em crise, a voz muda, os pêlos aumentam, as roupas se perdem, os problemas parecem afundar os pés... areia movediça, nó no pescoço, gravata apertada... as lágrimas deixam de ser simples birra.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Casa nova e ainda está tudo vazio...
posso até escutar o Eco co co co ooooo