Desatinos...

Este é o meu terceiro lar, meu refúgio... Onde juntoletras e tento traduzir sentimentos. É um lugar de saudade, pois sempre falo com uma certa dose de nostalgia, na verdade sou um pouco antiquada com ares de pós-moderna...

terça-feira, 30 de março de 2010

De volta para o passado

"Loucura de sonho naquele silêncio alheio" - Fernando Pessoa

Sorrisos misturados com cheiro de suor vieram à lembrança. Por tantos anos cruzei aqueles corredores, aprendi sobre coisas dos livros, as palavras ditas pelos professores, as amizades colegiais, descobertas doces, bagunça divertida e muitas, muitas histórias...

Estudei a vida inteira num único colégio e ontem, voltei aos bancos do mesmo lugar - o cursinho que estou fazendo para o concurso da universidade se mudou justamente para lá. É uma sensação estranha voltar ao lugar que deixei pra trás há quase 14 anos.

Minha colega ficou rindo das minhas expressões nostálgicas e do meu olhar sobre o parquinho e a placa da minha turma. “– Olha, tá aqui meu nome!”

Tudo bem, as carteiras são melhores, o quadro já não é verde escuro e há uma central de ar. Modernizou-se, mas também se esfacelou. Na minha época, o colégio era só colégio e hoje ele é muitas coisas num só endereço – colégio, auto-escola, escola de enfermagem e cursinho.

Mas olha, o parquinho continua lá. Enferrujado, mas continua no mesmo local.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Sem caprichos

Tenho ficado presa ao capricho. Possuo uma coleção de recortes de textos inacabados, esses (quase)textos nunca são tão bons ao serem relidos... Sou bastante criteriosa com as palavras, pois o que tá escrito nunca morre [mesmo que eu acione o delete ou backspace]. Se alguém leu e gravou, eis que o texto vive na imaginação de alguém, especialmente na minha...

Por isso, hoje resolvi deixar o capricho um pouco de lado. Escrevo direto no blog.

Ontem assisti o episódio "Private Lives", o mais recente da sexta temporada de House, que fala sobre a misteriosa doença de uma blogueira, que compartilha com estranhos sua vida pessoal - expõe as dores, as dificuldades do relacionamento com o marido e sua incapacidade de tomar atitudes sem a aprovação de seus leitores.
A internet faz isso, nos aproxima de estranhos e torna os que estão próximos, distantes. Toda vez que encontro alguém com quem eu falo pelo Twitter, por exemplo, e essa pessoa não me cumprimenta, eu chego e digo: "Oi, sou Iuska. Você é meu amigo no Twitter". Noto um certo desconforto de algumas pessoas, mas mesmo assim eu continuo tentando. Acho estranhíssimo cumprimentar pela internet e ignorar pessoalmente. Bizarro.

Além desse "afastamento" do mundo real, o episódio me trouxe outra reflexão: já faz algum tempo que não consigo compartilhar o sentir, e eu sinto muito... É sempre mais fácil traduzir os sentimentos através de filmes, como no post anterior. Será uma fuga? Ou auto-preservação?