Tenho ficado presa ao capricho. Possuo uma coleção de recortes de textos inacabados, esses (quase)textos nunca são tão bons ao serem relidos... Sou bastante criteriosa com as palavras, pois o que tá escrito nunca morre [mesmo que eu acione o delete ou backspace]. Se alguém leu e gravou, eis que o texto vive na imaginação de alguém, especialmente na minha...
Por isso, hoje resolvi deixar o capricho um pouco de lado. Escrevo direto no blog.
Ontem assisti o episódio "Private Lives", o mais recente da sexta temporada de House, que fala sobre a misteriosa doença de uma blogueira, que compartilha com estranhos sua vida pessoal - expõe as dores, as dificuldades do relacionamento com o marido e sua incapacidade de tomar atitudes sem a aprovação de seus leitores.
A internet faz isso, nos aproxima de estranhos e torna os que estão próximos, distantes. Toda vez que encontro alguém com quem eu falo pelo Twitter, por exemplo, e essa pessoa não me cumprimenta, eu chego e digo: "Oi, sou Iuska. Você é meu amigo no Twitter". Noto um certo desconforto de algumas pessoas, mas mesmo assim eu continuo tentando. Acho estranhíssimo cumprimentar pela internet e ignorar pessoalmente. Bizarro.
Além desse "afastamento" do mundo real, o episódio me trouxe outra reflexão: já faz algum tempo que não consigo compartilhar o sentir, e eu sinto muito... É sempre mais fácil traduzir os sentimentos através de filmes, como no post anterior. Será uma fuga? Ou auto-preservação?
Um comentário:
"já faz algum tempo que não consigo compartilhar o sentir, e eu sinto muito..." é uma ambiguidade linda...
acho que sempre diz o que dever ser escrito... adoro house, ele é o cara perfeito com os defeitos mais bizarros, ele sim é o super homem, mas há muito não vejo nada além do trampo... quando pensava em parar de escrever era pra me preservar, mas só precisava ouvir um não e estava resolvido, não se preserva aquilo que não está escrito... Hoje passamos Narradores de javé (fico tambem impregnado do que vejo) e ontem Ziraldo me lembrou de quando menino e tudo era tão melhor, é preciso ter olhos de criança pra poder ver algumas coisas, fugir também é bom... ficou meio confuso o comentário? bem, no mais sorte e escreva sempre que tenho certeza vc faz bem isso...
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