Desatinos...

Este é o meu terceiro lar, meu refúgio... Onde juntoletras e tento traduzir sentimentos. É um lugar de saudade, pois sempre falo com uma certa dose de nostalgia, na verdade sou um pouco antiquada com ares de pós-moderna...

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Casou legal...

Nossa casa ainda não é a nossa, mas ela abriga toda a cumplicidade de um amor realizado. Tenho aprendido tanto nas últimas semanas...
Dar um grande passo na vida se torna mais fácil quando há alguém para segurar sua mão. Juntos, a gente descobre o caminho e desbrava um novo mundo que é a vida de casado. É como ele diz, "a convivência tem sido fácil e leve", emendo com um doce aprendizado.

Ele é mais organizado do que eu. Vive guardando minhas coisas no armário, acho até que ele adora quando pergunto se ele viu algum objeto. O mais comum é o pente. Com a agilidade de um atirador, diz automaticamente: "na segunda gaveta e abre um sorriso".

Ele é um misto de desastre com teimosia na cozinha. Já queimou dois panos de prato. Por insistência, acredito que logo, logo ele vai acertar o ponto do arroz e a quantidade necessária de água para fazer um suco. Quanto ao café, ele faz bem sim. Bem melhor que o meu...

Eu parei com a mania de ficar vendo-o dormir. Era uma forma de acreditar que isso tudo estava acontecendo. [Eu parei de querer acordá-lo enquanto pensava nisso]. Aí, os dias foram passando e eu lembro de uma frase dele "Por que a gente demorou tanto pra fazer isso?". [Acho que é porque tinha que ser agora].

Sabe o silêncio que não incomoda? A delícia de ter alguém lhe esperando? A satisfação de cozinhar para o homem que ama? Alguém que lhe traz o copo de água quando você está prestes a levantar da poltrona para ir até a cozinha matar a sede? Ou quando ele traz o travesseiro para lhe dar mais conforto? São essas pequenas coisas do cotidiano, mas que muitos não falam, preferem destacar o lado negativo da monotonia, roupas espalhadas pela casa e etc e tal...

Creio que o segredo do casamento, é estar junto de alguém que você conheça a ponto de não pesar palavras, nem se engasgar com o silêncio.

Casar com alguém que você goste de conversar, que te faça sorrir, que cuide de você e se permita ser cuidado. 


Descomplicar faz um bem danado.... Estou feliz demais.



terça-feira, 16 de agosto de 2011

Mutante


Muitos textos parecem cicatrizes da memória.
Eu escrevo para não esquecer
Eu releio coisas passadas e me enxergo boba, singela, triste, alegre...
Me transformo em muitas coisas através das palavras.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Plano de Felicidade Imediata

Banksy

































O tempo roubou minha vontade de escrever sobre as coisas simples. Minto. Não é bem vontade que eu queria dizer. A vontade é sufocada pelo tempo que as obrigações me tomam. E obrigação é uma palavra que nem deveria estar aqui, mas antipática surge assim mudando o tom do que deveria ser belo...

Tantas coisas aconteceram desde que escrevi aqui pela última vez. Dei start num Plano de Felicidade Imediata, compartilhado em ampla sintonia com meu namorado. Em pouco tempo estaremos juntos [firmeza no pensamento].

Outra novidade é que depois de anos-luz sem praticar nenhum exercício físico, estou fazendo hidroginástica e está sendo ótimo. Minha turma é formada em sua maioria por idosos e eu me sinto quase uma atleta em meio aos velhinhos. Eles são bem alegres. Já não sinto dores no corpo, tô mais disposta e mudei a alimentação. Não espero resultados rápidos, mas sim eficientes.

Aprendi a esperar o tempo certo das coisas e a não me revoltar com o que não acontece na medida da minha vontade. Para sossegar a agonia da espera, basta encaixar outras coisas no que nos causa impaciência. Ter esperança em dias melhores pode soar clichê, mas é algo imensamente prazeroso.

Sabe, a cada dia me surpreendo com a capacidade que meu amor tem de se reinventar. Foi em meio a muita dor que encontrei no sorriso uma forma de me reerguer, rir da própria dor pode parecer meio doido, mas traz mais leveza e ajuda a recomeçar. Eu chorei tudo que tinha que chorar, eu sorri em meio a muitas lágrimas, eu consegui enxergar o que realmente importa, eu reconquistei o meu amor.

Eu sei que algo muito importante está prestes a acontecer. Estou instigada com as mudanças que chegarão logo após a primavera. Felicidade boa é essa que sinto agora.

terça-feira, 19 de julho de 2011

...

Inspirar o ar para os pulmões, oxigenar o cérebro, depois soltar devagarinho...
[Relaxa a alma, aquieta a impaciência... Tento exercitar, juro!]

Escrevo como se quisesse libertar da minha mente o que não gosto de sentir. Não tenho certeza se essa é a melhor maneira. Escrever não é exatamente exorcizar.
A mente tão ligada à razão é na verdade, e em muitos casos, quem se perde em pensamentos... em palavras impensadas, guiadas pela emoção. Em gestos de rinoceronte.

É fácil magoar as pessoas. Basta esquecer que elas estão ao seu lado (mesmo que no momento seja virtualmente), basta não respeitar o que elas sentem (imensamente de verdade). 

Drama? (Talvez). TPM? (Pode ser). Impaciência? (Provável). Tristeza? (Um bocado).

domingo, 19 de junho de 2011

Escorre...

Conhece a dor da lágrima presa?
Pesa nos olhos
Dói na cabeça
Inquieta a alma
...
Até escorrer calmamente pela face...
Ou em prantos,
descontrolada...

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Pretensiosa


Tenho super poderes:
leio nas entrelinhas, 
escuto o que calas, 
vejo o que camuflas.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Fases













Começo
Não lembra bem da voz, mas recorda o sorriso... Não consegue lembrar exatamente o que ele fala – está concentrada nos gestos, expressões e olhares. Pensa no que vai dizer, pensa sobre o que ele está pensando, depois só pensa nele... 

                                                    Meio
Tem um ciúme estúpido do passado, sobrevive aos encontros familiares...
Tem um choque de intimidade: descobre que ele ronca, que perde a paciência contigo, que é meio bobo...
Mesmo com o lado tosco, o abraço dele é o seu lugar. 

                                                                                                                Fim
Nem sempre o ponto-final representa o fim de uma história. Ele pode ser a solidão das reticências. Às vezes as pessoas não percebem que o fim chegou. Elas emendam outros parágrafos, capítulos e volumes inteiros. 
Às vezes acaba e o amor não finda.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Projeções

Arte de Banksy

Me dei conta que não lembro mais o que eu queria ser quando crescesse. Faz parte da minha natureza a projeção, os planos de dias felizes e conquistas... O que não estava nos meus planos era essa falta de tempo, o sufoco, o distanciamento...
...Demasiadas reticências completam meus dias, tão ocos de amigos, tão cheios de afazeres, silêncio e vazio...
Sinto falta da liberdade de ter poucos compromissos e pequenas responsabilidades.  

De repente tudo muda...
Ontem estava olhando o álbum de fotos da minha formatura. Oito anos se passaram.... Na foto do convite eu usava uma saia preta, uma blusa de alça, sandália rasteira de artesanato e dreads de couro no cabelo - vaidade alternativa e simples de quem está feliz -  um pouco de acne na cara, um sorriso sincero no rosto e um brilho absolutamente extasiante... eu era magra, vivia sem dinheiro, andava muito a pé e sonhava em ir para Paris.

É comum olhar para o retrovisor e só lembrar dos momentos felizes. A vida me trouxe conquistas que eu nem sonhava ter. [não sou mal agradecida, eu agradeço o desassossego que a segurança me trouxe]. Eu só preciso resgatar a energia de tempos atrás e redobrar o fôlego para dar conta dos meus futuros planos. Lembra do início do texto? Faz parte da minha natureza a projeção de dias melhores...



quarta-feira, 23 de março de 2011

[Retroativo] Rabiscos de carnaval

Comecei a escrever esse texto numa tarde chuvosa... guardei o rascunho molhado, cheio de vida e boas recordações... Há muita alegria nesses dias de março, no recomeço e até na falta de tempo para escrever por aqui. Até a lua estava mais brilhante e cheia de si. Nesses últimos dias há também uma certa tensão, responsabilidades assumidas e desafios que encaro de frente.

Conheci um rei no carnaval, um rei que falava com passarinhos...Vi lugares tão lindos, revi pessoas legais, conheci outras pessoas fantásticas e mágicas. Eu vi um elo ser criado, laços se fortalecendo com ternura e muito afeto. Tudo cheio de alegria na praia de Pipa, localizada no litoral sul do RN, linda e com uma praia chamada Amor. O carnaval foi quase inteiro de alegria. Teve alguns contratempos, mas nada muito importante...

Ah, vou ser titia de novo. Tão bonito ver a alegria da minha Manú com a chegada do irmão ou irmã. Ela não vai mais ser sozinha nesse mundo, vai ter sempre um amigo.[Única ela sempre vai ser]. Deve ser muito triste não ter irmãos. Sou caçula de quatro irmãos e sei como é bom tê-los em minha vida.

►Cena de rodoviária: menos lágrima e mais beijo, um ar de despedida com esperança de ser passageira...Planos concretos de uma nova vida.

terça-feira, 15 de março de 2011

Você tem Toc de quê?

Manias, manias, ritos e repetições.
Ficar preso a um ciclo.
Toc é uma sigla engraçada, parece brinquedo ou uma onomatopéia...

Estou desenvolvendo algo parecido [notei porque falaram]. É com trinco de porta, principalmente à da redação do meu trabalho. Eu sofro choque quando  coloco minha mão no trinco, isso acontece sempre (pelo menos eu sinto). Dizem que é impressão minha, como pode uma porta dar choque?

Faço uma ginástica esquisita para abrir a porta, uso canetas emborrachadas, pego carona com o vizinho que está saindo, peço para o amigo deixar uma brechinha aberta, tudo para não colocar a mão no trinco.

O problema é que estou levando isso para o trinco de outras portas...

E você, tem Toc de quê?


sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Coisa linda

Sempre gostei de observar desconhecidos, o comportamento, atitudes, sorrisos e esquisitices...

Eram quase 14h, eu estava chegando ao trabalho. Na calçada, uma senhora de meia idade fez um gesto de carinho em uma miniatura de gente que parecia ser sua filha... Uma alegria tão verdadeira naquele início de tarde.
Ela despejou um filete de água mineral gelada na cabeça da menina. A criança se contorcia com o alívio que aquela água gerava em seu corpinho, prazer tão bonito refrescando o calor daquele dia. Seu sorriso era gostosamente escandaloso, vivo, verdadeiro... Lembrei dos pequenos prazeres de Amelie Poulain.

....

Fevereiro começou com alegria. Olhos abertos para enxergar a beleza. Meu colega de trabalho diz " Iuska, Murphy saiu de sua vida!", eu começo a acreditar nisso e lá no fundo do meu coração sossegado e feliz, eu  não sinto a menor falta do Murphy.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Meu amor e Eu te amo

Os “Eu te amo” estão gastos. Usados em demasia por qualquer motivo, às vezes sem amor, o “meu amor” virou um adjetivo comum, dito sem cerimônia, sem emoção: “amor, coloca o lixo lá fora!”, “amor, você viu como o preço da carne está caro?”. 
Pior é quando um desconhecido forçando simpatia diz: “Meu amor, você quer falar com quem?”. Falar de amor sem palavras requer muita intimidade e pouca cobrança. Há outras formas de dizer “Eu te amo”... são sutis e verdadeiros, embora nem todos consigam entendê-los. O amor pode escorrer em sua face, no formato de lágrimas soltas nas despedidas; pode surgir despretensiosamente no sorriso sincero, no afago na nuca, em estar ao lado por querer estar perto...numa conversa prazerosa, em olhar a chuva, um arrepio na pele.


O amor nem precisa de muitos predicados para ser honesto, puro e verdadeiro.
Cala e escuta.
Há vida e amor de várias formas.
Escute, olhe e sinta.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Desconforto

Grãos de areia no olho, a aflição de uma dor de dente, o mais apertado dos sutians...

Penso em formas de desconforto para tentar comparar com o que sinto...Não há nada físico me incomodando... O que existe latejando é um desconforto no pensamento, no que sinto [algo machucado, que sangra invisivelmente].

São os primeiros dias de janeiro, de um novo ano, de uma década que se inicia. Tempo de recomeço, planos prontos para semeaream uma nova realidade. Não deveria haver esse desconforto. Esse cisco (inexistente) no olho, esse aperto no peito, palavras engasgadas, o salgado das lágrimas... Isso tudo que parece não ser nada para os outros.
Enxergar a dor alheia requer generosidade e atenção. Consideração também.
Estar perto não significa literalmente estar junto

[Fica a sensação desconfortável que esse post não teve fim]

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

As crianças não sabem perder


Dizem que a competição ensina. Mas quem ensina a criança a lidar com o lado menos legal da brincadeira? [Lição 1: Frustração]. "O importante é competir". Quantas vezes ouvi isso... um consolo à minha falta de jeito com os esportes e disputas de todos os gêneros. Até quando me apaixonei pela primeira vez aos 11 anos e minha melhor amiga também, pelo mesmo menino... Ele tinha cara de Paul do seriado Anos Incríveis. Parecia leso, mas eu gostava dele. Abri mão, fiquei sem falar com ele, e daí que os dois nunca namoraram. Mas isso ficou no passado e muito bem resolvido.

Olho minha sobrinha Manú, aos 7 anos e enxergo nela traços tão parecidos com os meus, principalmente a falta de habilidades. Não sabe dançar direito, corre engraçado, tomba e quebra coisas, desistiu do balé na primeira semana... Manu é boa em virar a página das revistas e livros infantis. Mas ela também é competitiva (do jeito amoroso dela).
 - Nunca, absolutamente nunca, ela fica devendo um beijo. 
Regra de Manú é a seguinte: o último beijo é sempre ela que dá. Dia desses quase derruba a freira do colégio em que estuda, que lhe deu um beijo e não esperou que ela devolvesse. Manú agarrou no pescoço da freira e quase a coloca no chão. - Ela tinha que dar o bendito beijo. 
Já Clara, 8 anos, é diferente. Não consegue digerir a derrota. É intensa e direta. O engraçado é que ela e Manú, apesar de tão diferentes, são inseparáveis. Manú sempre leal a Clara que tem um certo domínio pela mais nova.

Dia desses meu namorado não soube compreender minhas indiretas e arrasou comigo e as meninas num jogo de damas pela web. Fiquei triste com a cara das meninas murchando, decepcionadas com a derrota. Dizem que adulto tem que ensinar as crianças a saberem a perder. Pôxa vida, às vezes acho que não cresci porque não sei dar valor a esse lance de competir. Conquistar é melhor. Acho chato perder, abrir mão... eu olho pra elas e digo: - Ele foi melhor que a gente mesmo. Elas não compreendem. Eu digo que é só uma brincadeira. Manu faz que entende e logo vem me beijar... 
...Já Clara diz: 
- Eu vou me vingar dele.

(Aguenta neguinho!)


 



terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Praticamente uma idosa...

Hoje anoiteceu às 5 horas da tarde. Chuva que ameaça desabar o céu enegrecido...Aqui na redação eu nem saberia. Mas meu joelho denunciou. Alguém disse: - Que barulho é esse?
Respondi na bucha: É chuva, gente!
Era chuva sim. É que eu sou uma idosa. Meu joelho sempre dói quando fica mais frio, então, logicamente o tempo muda e lá vem chuva. Minha sorte é morar em Mossoró, filial do quinto dos infernos em matéria de calor.

Pois é, eu sou uma idosa... Qualquer atividade que exija um pouco de esforço físico torna-se uma aventura para mim. Não adianta forçar a barra. Eu não tenho jeito. Qualquer queda e descida do salto (médio) pode virar uma luxação. O problema amigos, é que além de idosa, eu sou estabanada, tonta e distraída.
Agora estou procurando uma atividade física mais apropriada à minha condição. Não dá outra.. Tem que ser Hidroginástica.

Vou procurar a minha Tchurma...