Desatinos...

Este é o meu terceiro lar, meu refúgio... Onde juntoletras e tento traduzir sentimentos. É um lugar de saudade, pois sempre falo com uma certa dose de nostalgia, na verdade sou um pouco antiquada com ares de pós-moderna...

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Sem noção

No intervalo entre uma pergunta e uma resposta, imagino como seria se eu falasse tudo o que penso. É que somos omissos com nossas impressões e comedidos em respeito ao próximo. Acho que tem relação com uma política de boa convivência. Fomos criados para calar opiniões e ouvir o convencional. Quando me perguntam "tudo bem?" A resposta sai automática sempre numa afirmativa [não quer dizer que seja verdadeira, virou cumprimento].  

As pessoas não estão prontas para ouvir o quanto são tolas e pretensiosas. Não me interessa se a roupa está feia, o cabelo ensebado, a maquiagem cafona e o hálito fedido... Não falo de coisas óbvias ou fúteis, e sim das pessoas que são inconvenientes, metidas e idiotas. Também não falo da facilidade ‘espontânea’ daquele tipo de gente que costuma comentar o quanto as outras pessoas estão gordas (sempre assim, com tom de espanto ou desdém). 


Pensando nisso, eu reflito sobre o que é ser “sem noção”. Muita gente acha que ser "sem noção" é justamente sair falando o que dá no pensamento, quando as palavras não desviam pela razão e saem direto pela boca sem respeitar nenhum sinal de ponderação. Não devemos condenar as pessoas por sua extrema sinceridade.

Deveríamos sim, rir de coisas fajutas, ‘desconsertar’ com sarcasmo, a hipocrisia alheia, a falsidade e a bajulação. Por isso me dou tão bem com pessoas críticas e ácidas, prefiro ter amigos assim aos 'bonzinhos' e melosos. Prefiro mil vezes os que discordam do discurso 'politicamente correto', e que defendem idéias que tantos outros julgam absurdas. O humor dos americanos segue um pouco essa linha - daí minha preferência por personagens como o Sheldon (Big Bang Theory) e Dr. House (seriado homônimo).

Eu considero "sem noção" [de ridículo], as pessoas que 'arrotam' uma inteligência perecível. São especialistas em 'porra nenhuma'. Colecionam clichês e se consideram originais. Alguém deveria criar uma coletânea de orelhas de livro (obra completa em variadas áreas do saber), talvez fosse possível publicar em fascículos (para ficar mais levinho). Assim elas poderão falar da obra de fulano de tal, do estilo de tal cineasta, das raízes do samba de roda, influências de determinado artista, astrologia, astronomia, moda e artes etc... Claro, tem que entrar em jogo os aspectos cotidianos, "hoje vou puxar um ferro", "vou tomar café e pensar na vida", [nem precisa ter 140 caracteres] afinal ser cult o tempo todo fica chato né!

Alerta: quando alguém puxar assunto e falar sobre algo que você não conhece, descarte... Mude de assunto ou peça socorro ao Pensador ou Wikipédia.

Está cheio de gente ‘Sem noção’ nas mídias sociais - encontram terreno fértil no Twitter.

Faz-me rir (de pena).

2 comentários:

Abstrações disse...

Eita mulher braba.. hehehe

Edu Andrade disse...

Blogueiros e, principalmente, twitteiros (é assim?) "intelectuaais" tá brotando por aí aos montes. Faz tempo que penso isso. Só nunca falei como a mesma propriedade que você.